Brasil encerra melhor campanha do Tênis em Jogos Paralímpicos
Brasil encerra melhor campanha do Tênis em Jogos Paralímpicos 11 Set 2016

Foto: Cleber Mendes/MPIX/CPB

 

Rio de Janeiro (RJ), 11 de setembro de 2016 - O Tênis em Cadeira de Rodas do Brasil encerrou neste domingo a participação nos Jogos Paralímpicos Rio 2016 com grande evolução em comparação a edições anteriores e fecha este ciclo com marcas importantes como o aumento na participação feminina e na categoria Quad.

 

A pernambucana Natalia Mayara, que se tornou a primeira atleta brasileira do Tênis em Cadeira de Rodas a participar de uma Paralimpíada em Londres 2012, se tornou no Rio 2016 a primeira brasileira a vencer uma partida e teve chances contra uma das principais favoritas, a britânica Jordanna Whiley, cabeça de chave 3. 

 

Natalia começou o jogo abaixo e conseguiu buscar o primeiro set tendo algumas chances no 4/4, mas nos detalhes a adversária foi superior e fechou a parcial. Em vários momentos do segundo set, os pontos importantes acabaram vencidos pela britânica, que fechou a partida com 6/4 6/1, em 1h16min, na Quadra 2.

 

“Faltou um pouco mais do meu saque hoje, que eu não estava conseguindo ter tão consistente e eficiente. Alguns erros bobos que eu cometi, que talvez poderia ter tirado uns gamezinhos a mais dela, então achou que foram alguns detalhes mesmo”, afirmou Natalia Mayara sobre a partida.

 

“Independente do resultado já entrou para a história para mim, porque eu vivi momentos que nunca tinha vivido antes, foi incrível ter essa torcida me apoiando, foi incrível poder ter entrado todos os dias em quadra representando o meu país dentro do meu país e saio muito feliz. Sei que tinha condições de ir mais longe, queria muito ir mais longe do que isso, mas ao mesmo tempo realizada por ter feito parte disso tudo”, completou a número 1 do Brasil no ranking mundial.

 

Daniel Rodrigues abriu a programação da Quadra Maria Esther Bueno neste domingo tendo a difícil missão de enfrentar o atual bicampeão paralímpico, um dos maiores atletas da história do Tênis em Cadeira de Rodas, o japonês Shingo Kunieda. E o mineiro conseguiu uma boa apresentação, apesar de acabar superado com parciais de 6/2 6/1, em 1h11min.

 

“Eu sabia que era um jogo difícil, mas eu estava já com o foco de fazer o meu jogo e com que esse jogo não fosse tão difícil assim. Para jogar com ele, você tem que ter persistência, tem que insistir, pois ele é um cara muito rápido. Eu tive tranquilidade para fazer o jogo ficar bonito, ficar bacana dos dois lados. Tentei buscar ao máximo força para não tomar pontos de graça e o jogo foi bem disputado”, afirmou Daniel.

 

“Eu vejo que são detalhes e não detalhes tão grandes para ganhar de um cara como esse. Você sabe que é um cara muito bom, mas que você também está ali abaixo por questão de detalhes. Você tem que ajustar a cada dia e uma competição dessa te motiva muito. Agora é fazer a preparação para ganhar desses caras. Aqui eu me senti em casa e senti que dá para ganhar, é difícil mas dá. Vou buscar essa vitória contra eles e tenho que agradecer essa torcida que apoiou”, completou o mineiro de 29 anos, que agora volta suas atenções o próximo ciclo paralímpico visando os Jogos de Tóquio-2020.

 

O último jogo dos brasileiros no Rio foi nas duplas, com Daniel Rodrigues e Rafael Medeiros superados pelos holandeses Tom Egberink e Maikel Scheffers com parciais de 6/2 6/3 na Quadra 8.

 

Esta foi a edição dos Jogos Paralímpicos com o maior número de atletas brasileiros no Tênis em Cadeira de Rodas e a primeira vez em que o país teve representantes em todas as chaves, inclusive com a chegada às quartas de final do catarinense Ymanitu Silva no Quad, com uma derrota nos detalhes para o sul-africano Lucas Sithole, número 3 do mundo.

 

Além de contar com uma delegação mesclando a experiência de Mauricio Pomme, Carlos Santos e Rejane Candida, o time brasileiro foi formado também por atletas mais jovens como Daniel Rodrigues, de 29 anos, Rafael Medeiros, de 26, e Natalia Mayara, de 22.

 

Atualmente o Brasil tem ainda outros jovens em ascensão como Bruno Makey, Meirycoll Duval e Aline Cabral, que competem no circuito e fazem parte atualmente do top 100, além de Jucelio Torquato, Fabio Bernardes, Maria Fernanda Alves e Ana Caldeira, que estão entre os melhores juvenis do mundo.

 

Barcelona 1992 - Nenhum brasileiro

Atlanta 1996 - 2 brasileiros

Sydney 2000 - Nenhum brasileiro

Atenas 2004 - 2 brasileiros

Pequim 2008 - 2 brasileiros

Londres 2012 - 5 brasileiros

Rio 2016 - 8 brasileiros (pela primeira vez com atletas em todas as chaves)

 

Representaram o Brasil os tenistas Natalia Mayara e Rejane Candida nas chaves femininas, Carlos Santos, Daniel Rodrigues, Mauricio Pomme e Rafael Medeiros nas chaves masculinas, além de Rodrigo Oliveira e Ymanitu Silva nas chaves Quad. Os técnicos que trabalham com os atletas e acompanharam no Rio 2016 foram Leonardo Oliveira, Raphael Moraes e Ricardo Pimentel, além de Wanderson Cavalcante, coordenador do Tênis em Cadeira de Rodas na Confederação Brasileira de Tênis.

 

A Confederação Brasileira de Tênis tem o patrocínio dos Correios - Patrocinador oficial do Tênis do Brasil, o co-patrocínio da Asics - marca esportiva oficial do Tênis no Brasil, e Tretorn - bola oficial do Tênis brasileiro. Apoio do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e Ministério do Esporte