CBT quer desenvolver o tênis para adaptados
CBT quer desenvolver o tênis para adaptados 14 Set 2014

Ao olhar rápido sobre a quadra do Ginásio do Ibirapuera, palco do confronto entre o Time Correios Brasil e Espanha, válido pelo Playoff do Grupo Mundial da Copa Davis por BNP Paribas, o público não desconfia da particularidade da dupla que faz um jogo de exibição com os atletas juvenis Marcelo Zormann e Orlando Luz, antes do duelo decisivo entre Thomaz Bellucci e Roberto Bautista Agut. 

 

Os empresários Lincoln Zanini e Arsenio Pagliarini Junior, desafiantes dos juvenis, possuem uma de suas pernas amputadas e usam próteses para se locomoverem de um lado para o outro da quadra. O jogo de exibição serve para chamar a atenção de um grupo de pessoas que jogam tênis, mas que não se encaixam no grupo de tenistas normais nem cadeirantes.

 

A dupla formada por Arsenio e Luz saiu vitoriosa da quadra, com o placar de 2 games a 1. Em um dos pontos finais, o veterano deu um belo lob em cima de Marcelo Zormann e ganhou aplausos do público presente. 

 

"Queremos incentivar os amputados no Brasil e levar uma proposta para a ITF para que não precisem jogar em cadeira de rodas nas competições oficiais", explica Jorge Lacerda, presidente da Confederação Brasileira de Tênis.

 

As duas histórias são de superação e representam um número significativo de pessoas brasileiras. Zanini jogava tênis de forma amadora antes de ter sua perna amputada em um acidente de moto na cidade de Ilhabela, no litoral paulista, aos 25 anos de idade. Ficou cerca de cinco anos sem jogar, até se adaptar a várias próteses diferentes e encontrar uma que o proporcionasse movimentos mais precisos. Hoje, treina duas vezes na semana, por cerca de duas  horas a cada dia, e joga os campeonatos internos da academia. "Me sinto realizado por ser amputado e poder praticar esporte. Deixo de fazer qualquer coisa para jogar tênis", fala.

 

Arsenio também perdeu parte da perna em um acidente de moto, no litoral do Chile, com apenas 21 anos. Na época jogava tênis, basquete e nadava. Como sempre foi muito dinâmico e esportista, passada a fase de adaptação, se dedicou ao golfe. Depois de 20 anos voltou a jogar tênis e hoje treina três vezes por semana. "O esporte para mim é tão importante quanto o trabalho, o amor e a família. Me realizo com o esporte", afirma com um brilho no olhar.

 

As histórias dos dois empresários se cruzaram no Centro Marian Weiss, de São Paulo, instituto do Dr. Marco Guedes, que buscou a prótese ideal para que pudessem levar a vida mais normal possível. "Passamos a usar o pé em fibra de carbono para pessoas que não são atletas profissionais mas que são dinâmicas", explica Ian Guedes, filho do Dr Marco, que também trabalha no instituto. O nível de amputação e o grau de mobilidade de cada paciente são os fatores a serem levados em consideração. "A história do Marco Guedes já é de superação e isso chamou minha atenção. Ele também é amputado e joga tênis normalmente", explica Jorge Lacerda.

 

Hoje, Lincoln e Arsenio realizaram o sonho de entrar em quadra dentro de um confronto oficial da ITF, com o intuito de chamar a atenção para o esporte para adaptados. "Agradeço muito oportunidade, que me fez relembrar o frio na barriga pré-jogos, que tanto me dava quando eu jogava vôlei pelo Palmeiras", diz Zanini, emocionado.

 

A Confederação Brasileira de Tênis pretende estudar a melhor forma de incentivar o tênis para adaptados, colocando competições dentro do GA e do Masters Cup, além de pleitear junto à ITF uma competição oficial para esta categoria. "Eu nem sei jogar em cima de uma cadeira de rodas", fala Zanini. "Jogar tênis na cadeira de rodas, para mim, é uma forma muito diferente da que jogo hoje, teria que aprender novamente", afirma Pagliarini.

 

O confronto entre Brasil e Espanha pela Copa Davis por BNP Paribas tem realização da Confederação Brasileira de Tênis e Federação Paulista de Tênis, com parceria comercial da Koch Tavares. Patrocinador nominal da Copa Davis é BNP Paribas. Os patrocinadores internacionais da Copa Davis são Adecco, NH Hotels e Correios. Parceiros da Equipe Brasileira: Correios e Estácio. Carro oficial: SsangYong. Uniforme oficial: Asics. Bola oficial: Tretorn. Hotel oficial: Renaissance. Apoio: Stella Artois, Gatorade e Governo do Estado de São Paulo através da Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude.

 

A Confederação Brasileira de Tênis tem o patrocínio oficial dos Correios - patrocinador oficial do Tênis do Brasil. O co-patrocínio é da Asics - marca esportiva oficial do Tênis no Brasil e Tretorn - a bola oficial do Tênis brasileiro. O apoio é do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e Ministério do Esporte. Mais informações em Twitter.com/cbtenis, Facebook.com/cbtoficial, Instagram.com/CBToficial e Flickr.com/photos/cbtenis